quinta-feira, 6 de junho de 2013

INTOXICAÇÃO FELINA -



NUNCA MEDIQUE SEU GATO SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA!  
O maior número de intoxicações em gatos estão relacionadas ao fornecimento de paracetamol e ao uso de produtos para pulgas não indicados para gatos! Muito cuidado também com plantas e alguns alimentos.
As intoxicações em animais domésticos ocorrem principalmente no ambiente doméstico. A maioria dos acidentes com gatos ocorre pelo desconhecimento dos proprietários que acabam colocando o animal em contato com produtos ou medicamentos tóxicos.
Os gatos são mais seletivos que os cães com sua alimentação, além de recusarem alimentos que apresentem um odor que não lhes agrade. Porém os gatos apresentam peculiaridades metabólicas que podem favorecer um quadro de intoxicação quando comparados a outras espécies animais, pois apresentam deficiência relativa na conjugação de substâncias (e os medicamentos podem ficar mais tempo no organismo do gato) e apresentam maior susceptibilidade a sofrer lesões oxidativas nos eritrócitos (causando anemias hemolíticas). Além disso, possuem o hábito de lambedura, que provoca a ingestão de produtos que estão na pele ou no pelo.
Alguns medicamentos intoxicam somente se forem administrados em dose alta ou em espaço de tempo menor do que o indicado. Enquanto outros, intoxicam com uma única e pequena dose.
Em gatos os principais sintomas se intoxicação são apatia, dilatação ou contração das pupilas, convulsões ou outros sinais neurológicos (incoordenação, mudança de comportamento, etc.), podendo ocorrer também vômito e diarreia.
É importante levar o gato intoxicado ao veterinário imediatamente e informar o máximo sobre: onde vive o animal, onde fica a maior parte do dia, quem cuida e está mais tempo com ele, se o local onde vive passou por reformas, pinturas, se costuma mexer no lixo, que produtos de limpeza utiliza, se faz uso de inseticidas e quais, se o local sofreu dedetização, etc.

MEDICAMENTOS HUMANOS QUE NUNCA DEVEM SER UTILIZADOS EM GATOS: 
paracetamol (Tylenol), diclofenaco (Cataflan), ibuprofeno (Alivium), fenazopiridina (Piridium), ácido mefenâmico (Ponstan), Fleet Enema.

PRODUTOS VETERINÁRIOS QUE NÃO DEVEM SER USADOS EM GATOS: 
monosulfureto de tetraetiltiuran (em sprays para uso tópico contra dermatites), benzocaína (em cremes de uso tópico para dermatites), azul de metileno (no spray “azulão”), hexaclorofeno (em shampoos antissépticos), carbamato (em remédios contra pulgas).

MEDICAMENTOS QUE DEVEM SER USADOS COM CAUTELA: 
anti inflamatórios não esteroidais em geral (cetoprofeno, meloxican), ácido acetil salicílico (AAS, aspirina).

ALIMENTOS QUE NÃO PODEM SER DADOS PARA GATOS: alho, cebola (é o pior de todos), chocolate (mesmo que não seja puro nem cru). 

OUTROS PRODUTOS (evitar contato direto e retirar os animais do local da aplicação): produtos de limpeza que contenham LYSOL (lisoform, pinho sol...), adubos, agrotóxicos, produtos químicos (tinta, solventes, etc - o cheiro, principalmente), criolina e "diabo verde" são mortais p/humanos, imagine pra eles... , saponáceo, cera, lustra móveis e CLORO PURO (pode causar inflamações graves na área genital, olhos e boca). Utilize "água sanitária" bem diluída em água com detergente de coco (essa combinação limpa e desinfeta). 

Ter gatos é como ter um bebê em casa engatinhando.. fuçando, xeretando e derrubando tudo.. portanto, use os mesmo produtos de limpeza que você usaria se tivesse um bebezinho. 
Faça sempre esta pergunta: "Eu usaria este produto com um bebê que engatinha" - FICA A DICA!!!!!

PLANTAS TÓXICAS: ciclame, hera, lírio da paz, jibóia prateada, cheflera, sagu de jardim, mamona (esta  é mortal), amarílis, espirradeira, folha de veludo, tulipas, azaléia, maconha, teixo, samambaia, renda portuguesa, espada de São Jorge, comigo-ninguém-pode.


A ingestão de produtos tóxicos por animais domésticos, geralmente menos resistentes do que o homem ao efeito toxicológico, pode arrecadar em falência dos órgãos se não for atendida a tempo. O pronto-atendimento, por parte do veterinário, pode curar o animal, desde que administrado corretamente. Segundo Jorge Camilo Flório, farmacêutico bioquímico, especialista em intoxicação animal, os casos mais comuns de intoxicação em animais domésticos são causados por ingestão de desinfetante, sabão de máquina de lavar roupa e do “chumbinho” um Temig de uso ilegal no Brasil mas ainda utilizado por parte da população.
Nos casos de intoxicação por “chumbinho”, a ocorrência de morte é muito provável, já que o veneno age rapidamente e o veterinário muitas vezes não tem nada a fazer. Já quando se trata de envenenamento por produtos de limpeza encontrados em casa, o tratamento mais indicado geralmente é a lavagem gastrointestinal com cifão, sempre mantendo o animal hidratado e com os sinais vitais em boas condições.
“ O veterinário deve fazer o procedimento longe dos olhos do dono, que costuma se impressionar com a cena “, alerta Flório. No momento de inserir a sonda para fazer a lavagem, também é preciso muito cuidado para acertar o ponto exato.
As manifestações clínicas de intoxicação geralmente são: prostração, mau hálito ( no caso de ingestão de produtos de limpeza), dificuldade respiratória, dilatação das pupilas e náusea. Também pode haver câimbra, paralisia muscular, diarréia, salivação, bradicardia e ausência de reflexos.
Segue abaixo métodos de descontaminação mais indicados:
· Lavagem Gástrica – É realizada com uma sonda, geralmente via oral. O líquido utilizado é infundido e retirado aos poucos, até que retorne claro. Pode ser aconselhável administrar carvão ativado no fim da lavagem.
· Carvão Ativado – É considerado o tratamento universal das intoxicações, ainda mais em caso de socorro tardio. O carvão ativado absorve a substância tóxica, dificultando a absorção do veneno pelo sistema digestivo. O carvão deve ser administrado em intervalos de tempo regulares, de acordo com o tamanho do animal e a quantidade de substância tóxica ingerida.
· Outros tratamentos, com a neutralização (utilização de substâncias levemente ácidas para neutralizar substâncias cáusticas e alcalinas) e o uso de laxantes, caíram em desuso. A neutralização é contra-indicada por aumentar a temperatura local o que pode causar lesão nos tecidos. A utilização de catárticos e laxantes provoca a saída de água e eletrólitos, sem contudo aumentar muito a eliminação da substância tóxica.
Por esse motivo, a técnica não é mais utilizada hoje como antigamente.
Texto extraído do guia Gessulli. Escrito pela jornalista Carla Aranha
O DR JORGE CAMILO é doutor pela Escola de Medicina da USP e especialista em Intoxicação Animal

Dr Jorge Camilo Flório
Farmacêutico e Bioquímico



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